Na bela festa dos amadores

A consagração de dois "Betos"

Ver o Hipódromo da Gávea com tantas pessoas foi emocionante, até mesmo para quem está ali há quase 40 anos. E o que trouxe tanta gente foi, sem dúvida, a realização de dois páreos de amadores, uma espécie de preparação para a copa do ano que vem. Emoção misturada com ansiedade é o que se via entre os participantes. Na primeira prova, vitória de Alberto Figueiredo Neto, montando Heller. Seguiu de perto o favorito Bizonte, montado por Bruno Beloch e no meio da reta dominou a prova para vencer com firmeza. Mostrou calma, experiência e boa posição. Na segunda carreira Noted venceu disparado com Gilberto Solanés Júnior, que vive o mundo dos cavalos desde menino. Filho de Gilberto e irmão de Roberto, deve ter deixado orgulhoso o avô Eurico, patriarca deste clã turfístico. Foi uma bela festa e tenho certeza que muitos dos presentes vão voltar ao hipódromo. Tarde de alegria e a consagração de dois "Betos".

Tônemaí fatura Grupo II com um Dalto perfeito

Ainda na corrida de domingo foi realizado o GP Antônio Joaquim Peixoto de Castro Júnior, prova do Grupo II, em 2.400 metros, grama. Campo reduzido, mas seleto, marcou o reaparecimento de Anakin, quarto colocado no últim GP Brasil. Legítimo favorito do público, o defensor do Stud Rio Dois Irmãos acompanhou de perto o train movido por Chuchu Beleza e assumiu a liderança logo na entrada da reta. Mas, a partir dos 200 metros finais recebeu a carga de Tônemaí, corrido com muita tranquilidade por Dalto Duarte. Houve uma pequena luta, mas perto do disco o defensor do Stud Lecca dominou a prova. Apresentação de luxo de Cosminho Morgado Neto no filho de Wild Event e Onda, que obteve a sétima vitória (quinta clássica) em 17 apresentações. Tônemaí foi criado pelo Haras Santa Maria de Araras.

Half Step leva prova especial no último pulo

Na corrida de sábado a principal atração foi a Prova Especial Platina, em 2.000 metros, grama. Numa ousadia visionária que lhe é bem peculiar, o craque Dulcino Guignoni anotou na competição a potranca La Française, que correra apenas em duas oportunidade e recém vencera o páreo de perdedoras, por pescoço de diferença. Pois bem, levando grande vantagem de peso das adversárias, a defensora de Fazenda Mondesir assumiu a liderança e mandou no páreo até os últimos metros. Exigida com rigor por Dalto Duarte, a manhosa Half Step foi se aproximando aos poucos e no último pulo dominou a prova para a alegria de Alfredo Grumser, numa semana vitoriosa de seu Haras Doce Vale. Apresentação nota 10 de Venâncio Nahid. Pelo visto, mais uma vez, Guignoni fez uma aposta vencedora e La Française, com certeza, terá um futuro promissor.

Frases que merecem ser lidas

Neste espaço matungo-cultural, mais uma frase que merece destaque:

"Há campeões de tudo, inclusive de perda de campeonatos" (Carlos Drummond de Andrade)

Rapidinhas

Na corrida de segunda-feira foi disputada a Prova Especial Nelson Pereira, em 1.400 metros, areia. Marcou a vitória de Pedra Noventa, com Ilson Correa e treinamento de Júlio Cezar Sampaio.

O amigo Agenor Sanctos manda e-mail parabenizando pela narração no páreo de amadores. Agradeço e só posso dizer que tento ser profissional naquilo que faço.

Rogerinho Gadelha, figura carismática do turfe, agora morando em Minas, esteve no Rio no último domingo. Trouxe presentes para a equipe. Tem memoria prodigiosa. Foi bom revê-lo. O presente foi um licor, lógico...

Muito bom o programa exibido pelo Sportv na última sexta-feira, mostrando detalhes sobre a criação do PSI, além de jóqueis que fazem sucesso no exterior. Rever Juvenal foi emocionante. O turfe precisa deste tipo de divulgação. Parabéns para Vitorino Chermont e equipe.

É muito boa a fase do experiente e consagrado Carlos Lavor. Tive o privilégio de ser amigo de seu pai, Wilson, e o conheço desde menino. É um jóquei que reúne todas as qualidades de um vencedor. Não é à toa que é tricampeão do GP Brasil.

Marcelle Martins continua vencendo seguidamente e mostrando maturidade. Aproveita a descarga a que tem direito e cada vez mais ganha a confiança de treinadores e proprietários. Vem fazendo bom trabalho também o Leandro Mancuso, seu agente.

As más línguas andam dizendo que o Flamengo parece uma Pick Up 4 x 4. Mas se a coisa seguir assim, com futebol disputado na grama, o time vai acabar pastando...

O MATUNGÃO VIBROU

Agora alguma coisa fora do turfe, afinal também existe vida além das pistas. Depois de narrar 11 páreos no sábado e enfrentar um trânsito infernal na volta pra casa, consegui a façança de chegar "em cima da hora" no Citibank Hall e pegar o show no início. Meu saudoso pai era músico e cresci ouvindo MPB, Jazz, Boleros, música americana. E confesso, sem música a vida não anda e neste instante mesmo que escrevo a coluna, tem fundo musical. Nunca neguei que gosto demais do trabalho de Jorge Vercillo e sempre que posso, vou aos seus shows. Este de agora, no lançamento do nono CD, chamado "Como diria Blavatsky" é um pouco diferente dos demais trabalhos, mas a qualidade segue a mesma. A parceria com Dudu Falcão é fantástica. Portanto, vibrei com isso, apesar de ter chegado em casa no bagaço.

O MATUNGÃO REGISTRA

Outro dia, neste espaço, lembrei dos jogos no Maracanã, quando ainda menino, ficava mais apreensivo pela chegada do vendedor de cachorro quente da Geneal do que propriamente com o jogo. Lembro bem daquele cara com a caixa do lado, perguntando: Mostarda ou Ketchup? Bom, no dia do GP Brasil, a Geneal estava na Gávea e matei a saudade. Postei aqui uma foto que peguei na rede e conversando com o pessoal da empresa, fiquei de voltar com uma foto deles, no Jockey. No último domingo, lá estavam as meninas e "devorei" pelo menos uns três. Como minha amiga Karol Loureiro estava no hipódromo, pedi que registrasse o flagrante. Portanto, taí o cachorro quente (o melhor do mundo)...Chega!

As fotos que constam do blog são de autoria de Gerson Martins, Davi Oliveira, Karol Loureiro e colhidas na internet.