terça-feira, 27 de março de 2012

São as águas de março


Levando os amigos...



Sinceramente, este mês de março foi muito complicado para todos nós, turfistas, seres humanos e admiradores de pessoas mais que especiais. No sábado (17) a notícia da morte do Ernani. No último fim de semana, o falecimento de Chico Anysio. Posso dizer que perdi dois amigos. Na última edição do blog fiz homenagem ao “baixinho” e não consegui escrever a coluna semanal. Escrever sobre Chico Anysio, o grande ator, humorista, escritor, um dos maiores talentos que o mundo conheceu, seria fácil, pois todos sabem disso. O que quero registrar aqui são emoções de papos que tivemos. Sempre à noite, conversávamos de vez em quando pelo telefone. Sua inteligência e sensibilidade me marcaram muito. Quando contei sobre a história de meu nascimento, que aconteceu por causa de uma música, ele me disse: “Seu sacana, você me fez chorar”. Jamais esquecerei isso. Me marcou demais uma matéria que fiz com ele, há alguns anos, para o Globo. A conversa aconteceu em sua cocheira, na Gávea e estava acompanhado do fotógrafo Ivo Gonzales. O título que dei à matéria foi “Chico City é na Gávea. Foi nesta matéria que ele me disse que a emoção de vencer um páreo é como dor no rim, uma coisa única. Não tenho dúvida de que ele e o baixinho agora estão colorindo o céu, com talento, sensibilidade e genialidade. A saudade é grande e os momentos incríveis jamais serão esquecidos. E ainda neste março negro, na segunda-feira, veio a notícia do falecimento de Hugo Paim.

Vostro Amore não deu chance às rivais

O GP Euvaldo Lodi, do Grupo III, em 1.600 metros, grama, foi a principal atração do último domingo no Hipódromo da Gávea. Na prova que homenageou o fundador do tradicional Haras Ipiranga, uma agradável surpresa. Pouco amparada nas apostas (seu rateio foi de 10,70), Vostro Amore simplesmente largou e acabou. Muito bem conduzida pelo experiente Jorge Leme, a corredora de criação e propriedade do Haras Anderson conseguiu o primeiro êxito clássico em grande estilo. Via Blue, que correu com a farda do patrono da prova, atropelou forte e formou a dupla, em excelente exibição. Velocity Wild, a favorita, fez manhas no percurso, mas, ainda assim, foi a terceira colocada. Correu muito bem Felicce Bambina, que foi a quarta, “agarrada”, tendo dado, como dizem os amigos paulistas, “fila de vitória” em dado momento na reta. Tina Collor completou o marcador. A ganhadora, filha de Public Purse e His Love, foi apresentada em grande estilo por Adélcio Menegolo e marcou 96s13.

Vitrolle tocou o hino da vitória

Uma das atrações de sábado foi a Prova Especial Hypanis, em 1.200 metros, areia pesada, marcando a vitória de Vitrolle, conduzida por Vagner Borges. Mostrando superioridade, venceu com firmeza, assinalando o bom tempo de 72s67. A disputa pela dupla foi acirrada e Lady Beauty conseguiu livrar diferença mínima sobre a favorita Vem Nessa. Sophia Glory e Raio de Luz completaram o placar. A ganhadora é de criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras e foi apresentada por Roberto Morgado Jr. Outra atração do último sábado, na Gávea foi a Prova Especial Kurrupako, em 1.400 metros, areia pesada. Vitória fácil de Pieces Me Ov, também com o líder da estatística. Derrotou Aye Lad na marca de 86s54. O ganhador, do Stud Alvarenga, foi apresentado por Júlio Cezar Sampaio e obteve a quarta vitória em seis apresentações.

Frases que merecem ser lidas

Neste espaço matungo-cultural, mais uma frase que merece destaque:

“Quem é casado há 40 anos com dona Maria não entende de casamento, entende de dona Maria" (Chico Anysio)
Rapidinhas

* Nesta quarta-feira mais um leilão de animais em treinamento, promovido pela Pro Turfe, no tattersall de Cidade Jardim. Animais de dois ganhadores de estatística, Studs Amigos da Barra e Nova República, além de convidados. Ótima oportunidade para pequenos proprietários reforçarem seus plantéis.

* Paixão por cavalos requer resistência e muita resignação. Muitas vezes você faz tudo certo e na hora H dá tudo errado. Mas a gente apanha e resiste. Enfim, é como toda paixão, você insiste e apesar de tudo deixa o coração mandar.

* Mais uma vitória da excelente Bárbara do Truc, para a alegria do amigo Sérgio Livramento. Corre de verdade a alazã filha do Red Runner. Muito legal.

* Faltam nove vitórias para a menina Marcelle Martins alcançar o centésimo êxito na carreira. Com ótimas oportunidades no fim de semana, a conquista pode acontecer logo, para a alegria de seus fãs e torcedores.

* Como na semana passada a coluna foi apenas em homenagem ao Ernani, registro agora mais uma vitória do cavalo Ovvio, para a alegria do amigo Fernando José, titular do Stud Gargamel. Que outras conquistas aconteçam.

* Ainda bem que a renovação entre locutores de turfe está garantida. Gabriel, filho da veterinária Dani Bartoli já ensaia com perfeição. A largada ele já domina como um veterano. Dá-lhe Gabriel.

* Meu amigo Victor Lahass contando com o apoio de um novo proprietário. Tomara que outros cheguem, pois além de ótimo treinador é um rapaz de caráter e muito trabalhador. Sigo torcendo.

* Adriano, justiça se faça, ajudou na conquista do Campeonato Brasileiro. Vamos ficar com aquela lembrança. Mas apenas isso. Não dá mais. Parem com essa campanha sem sentido.


O MATUNGÃO VIBROU

Para ser exato, o ano foi de 1981, bem no início e já se vão 31 anos. Resolvi comprar um cavalo em São Paulo e me dirigi a Pro Turfe. Na ocasião, conheci o senhor Leon Friedberg, que me vendeu um “joelhudo” chamado Gran Astro, nobre filho de Zabay e Odelia. O cavalo veio para a cocheira de “seu” Walter e correu logo. Na oportunidade, decidimos colocar um aprendiz de quarta categoria, ainda sem vitória, mas que levava jeito para o ofício. Resumindo, o cavalo estreou vencendo no dia 9 de março daquele ano e foi uma festa. Tudo isso me veio à cabeça após a segunda etapa da Copa de Amadores e explico a razão. O aprendiz sem vitória que recebeu o batismo no dorso do meu Gran Astro era Ivaldo Agostinho, cujo pé 45 mal cabia nos estribos. Me lembrei desta vitória ao ver o filho daquele aprendiz, Gregory Agostinho, levando a melhor no dorso de Bom Vivi. O turfe é bom por isso, sempre temos recordações que emocionam. Outro detalhe desta história foi a amizade com o Léo, que dura até hoje.


O MATUNGÃO REPETE


Escrevi isso em novembro de 2010 e a situação continua a mesma. Reparem: Sempre fui avesso a esta coisa de passar horas na frente do computador. Já basta o tempo que fico trabalhando no jornal (as vezes sinto falta da máquina de escrever). Minha sobrinha que, há tempos dorme abraçada com o notebook, vivia me incentivando a entrar nestas tais de redes sociais. Sempre relutei. Mas é difícil resistir. Foi minha perdição. Antigamente, em casa, pela manhã, apenas lia os e-mails e as notícias. Fim de papo. Agora, após estes dois procedimentos, é Orkut, Facebook, Msn, Tweeter e sei lá mais o que. E à noite, aí é que a coisa piora. Fico jogando buraco online com um monte de gente doida até de madrugada. Vou procurar um VCA (Viciados em Computadores Anônimos)...Chega!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Um “baixinho” com


10 metros de altura

Decidi colocar no ar este “matungão especial” pelo fato de sentir a necessidade de ter espaço para escrever sobre um dos melhores amigos que tive em meus 40 anos de ligação com o turfe. No blog semanal não teria como. Aliás, por falar na coluna, quando a criei, no jornal O Povo, em 1984, nos mesmos moldes de hoje, com estes mesmos tópicos, contei com o apoio e o incentivo deste amigo. Que, aliás, me incentivou em tudo que fiz ou tentei fazer. Na época, quis prestar uma homenagem a Haroldo Barbosa e seu “Pangaré”. Tive a honra de trabalhar com Haroldo em O Globo e decidi criar a coluna. Minha entrada no jornalismo aconteceu às avessas, pois comecei a trabalhar no jornal antes mesmo de fazer a faculdade. Resumindo, minha paixão pelo turfe me fazia querer ser tudo, menos jóquei (já era um pouco pesado). O que gostaria de deixar claro aqui é que em tudo que fiz, jornalismo, locução e treinamento de cavalos, contei com o apoio e o incentivo de Ernani Pires Ferreira. Sempre me dizia que fazendo o que se gosta, certamente conseguiríamos bom resultado. O talento é nato, mas a dedicação e o profissionalismo são fundamentais. Aprendi muito com ele, o profissional e mais ainda com o ser humano. Enaltecer o locutor (fantástico) é fácil, todos são testemunhas. Mas Ernani ia além.

Atitudes de um homem iluminado

Pensei muito antes de escrever sobre isso, pois além de ser assunto extremamente pessoal, me trás lembranças tristes, mas é preciso que todos saibam que Ernani era muito mais que um craque na profissão. No início de 2001 minha mãe foi diagnosticada com câncer e teve início uma luta insana. Mulher inteligente e forte, embora encarasse a doença de frente, se abateu e aos poucos foi perdendo a alegria. Mas, uma pessoa a fazia sorrir, por telefone e pessoalmente nas visitas que fazia. Quando o telefone tocava e ela atendia com um sorriso no rosto eu logo imaginava: “é o Ernani”. Sim, ele esteve ao nosso lado até o fim e segurou minha barra por um bom tempo. Posso também lembrar de que fez o mesmo em relação à minha tia, tanto que meu primo-irmão Felipe Forzley, que não tem nenhuma ligação com o turfe, adorava o Ernani e até fez inúmeras fotos dele e da equipe (meu primo entre outras coisas é fotógrafo premiado). Além de ser um amigo iluminado, tinha passado pela mesma coisa com um dos grandes amores de sua vida, a saudosa Vivi, que sofreu com a mesma doença. Aquele baixinho de 1,61 parecia ter 10 metros de altura e tirava forças não sei de onde para buscar palavras que, ao menos, amenizavam o momento difícil de encarar.

Um ser bem humorado e altamente profissional

A irreverência de Ernani, sempre brincando e fazendo piada, poderia passar uma imagem um pouco diferente da realidade. Ele foi uma das pessoas mais organizadas que conheci na vida. No meio da semana ia ao hipódromo pegar os programas oficiais (sempre pegava dois de cada) para já ter contato com os nomes dos animais inscritos. Certa vez, na diretoria do Senac, onde trabalhou por 18 anos, vi em sua sala uma quantidade incontável de pastas completamente alinhadas, por ordem alfabética. Onde morou, tudo no lugar certo. Ele sabia encontrar qualquer coisa. Uma vez deu um conselho ao treinador Valtemir Pedersen: sempre leve duplicata de qualquer coisa. Se uma falhar, você tem outra para resolver. E o Junior até hoje lembra disso e utiliza. Seu livro Guardanapos de Papel conta um pouco de sua história, mas garanto que mesmo querendo parecer não gostar de muitas coisas que citou, por vezes ele curtia.

Reconhecimento justo num ótimo trabalho

Num trabalho maravilhoso feito pelo repórter e amigo Victorino Chermont, Ernani contou um pouco de sua vida em programa mostrado em outubro do ano passado pelo Sportv. Victorino, turfista, amigo e admirador de Ernani, preparou uma matéria na qual o pernambucano continuava irradiando sua irreverência. Era tão detalhista que alguns podem não lembrar, mas em dado momento, quando falava sobre a criação de um de seus mais famosos jargões “Lá Vem o Juvenal”, um passarinho cantou e ele, prontamente, interrompeu o assunto e disse: “bonito isso”. Por falar em televisão, sua passagem pelo Globo Esporte, durante uma década, foi marcante. As crianças o reconheciam na rua e brincavam com ele. Também teve sua temporada no programa de José Carlos Araújo (seu amigo pessoal) aos domingos. Se for escrever sobre tudo que Ernani fez precisaria de umas dez colunas destas.

Frase que não esqueço

“Faça seu trabalho com total profissionalismo, receba seu dinheiro no fim do mês e vá curtir a vida” (Ernani Pires Ferreira)


O MATUNGÃO VIBROU

Creio que foi em 2005, não lembro bem. Luiz Carlos estava de folga e Ernani passou mal. Era um sábado e eu estava em casa, de bermuda, assistindo as corridas. Recebi uma ligação de Urubatan Medeiros pedindo que fosse narrar. Não fazia aquilo há pelo menos 20 anos e só havia transmitido corridas pelo rádio. Enfim, fui correndo e encarei dois páreos até o Luiz chegar. Ficou nisso. Mas, dois anos depois recebi uma ligação do Ernani dizendo que me queria a seu lado e ao lado do Luiz. De início relutei, mas diante da insistência dele acabei aceitando e no dia 28 de setembro de 2007 entrei para o time. Confesso que no início ainda estava um pouco inseguro, mas contei com total apoio dos amigos. Me recuso sempre a aceitar quando dizem que eu substitui Ernani. Não foi o caso e embora digam que ninguém é insubstituível, o baixinho é uma exceção à regra. Ernani foi único em tudo que fez. Como locutor, como ser humano, como amigo. Escreveu seu nome na história do turfe, na história da vida. Ajudou um incontável número de pessoas e jamais fez propaganda disso. Fazia doações a instituições de caridade, todo ano praticamente limpava o guarda roupa e levava tudo para os mais necessitados. Enaltecer apenas seu trabalho fica fácil, mas é preciso que todos saibam o grande “cara” que ele foi. Vai estar eternamente em nossos corações.

As fotos que contam do blog são de autoria de Felipe Forzley e colhidas na internet.

terça-feira, 13 de março de 2012

Plenty of Kicks está


A um Derby da coroa

O domingo foi realmente espetacular no Hipódromo da Gávea. Teve de tudo, para todos os gostos. Duas provas de Grupo I, um clássico, Ricardinho, casa cheia, crianças e muita emoção. Vamos começar pelo GP Francisco Eduardo de Paula Machado, em 2.000 metros, grama macia, segunda etapa da Tríplice Coroa de produtos. Plenty of Kicks, candidato ao título, com Ricardo “up” mereceu o grande favoritismo. A última baliza não era problema e Júlio Cezar Sampaio garantia o corredor no último furo. E, mesmo enfrentando pela primeira vez os dois quilômetros, o filho de Crimson Tide e Pleni Turbo passou na frente. Mas, teve rival poderoso que mostrou grande evolução e assustou. E como assustou. Poker Face realizou uma corrida extraordinária e deixou evidente que, se os dois voltarem a se enfrentar no Derby, pode perfeitamente colocar ferrugem na coroa do candidato. Lavor, que montou Poker Face, reclamou de prejuízos e, creio que Ricardo deu uma “defesa” carregada de toda a experiência pra cima do Giovane. Após ver e rever o filme da prova, a comissão de corridas confirmou o resultado de pista. Demais, na carreira, apenas ressaltar as boas performances de Invictus, Energia Davos e Villeron, que completaram o marcador. Plenty of Kicks obteve a quarta vitória de Grupo I e mostrou ser um corredor de exceção. Ricardo, como sempre, fez muito bem em voltar ao Rio, onde mesmo afastado, é o ídolo maior. Ainda venceu mais dois páreos na reunião, montando Hull Hite e Baralho.

Não há mais dúvida: Old Tune é máquina

Passando agora para o tradicional GP Diana, também em 2.000 metros, grama macia, segunda etapa da Tríplice Coroa de potrancas. A candidata ao título, Old Tune, entrou em pista com a desconfiança de muitos, uma vez que sua linha baixa não a credenciava aos dois quilômetros. Mas o que se viu em pista foi a superação de um animal diferente, que não deu a mínima bola pra linha baixa, linha lateral ou qualquer linha. Não teve um bom percurso e em determinado momento da reta final, um paredão (não é do Big Brother) se formou à sua frente. Mas, demonstrando um coração maior que ela e com a habilidade e a técnica de um jóquei que faz a diferença, a filha de Wild Event cruzou o disco em primeiro e se tornou séria candidata ao título. Marcelo Cardoso foi primoroso na direção. A apresentação de Neném Nahid que, há muito não via tão empolgado com um pensionista, foi perfeita. A ressaltar a brilhante apresentação de Unique Zuca, segunda colocada. Ilson Correa deu ótima direção e Adélcio Menegolo apresentou a defensora do Stud Gold Horse em forma magistral. La Defense e Jet Queen chegara a seguir e em quinto finalizou I Scream, da qual eu esperava mais. Gonçalinho deu show de alegria na raia mas, também, não era pra menos, pois a Old Tune, sem dúvida nenhuma, é uma máquina de correr.

Vet Boy não tem medo de cara feia

Outra atração do último domingo, na Gávea foi o Clássico Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida do Rio de Janeiro. Prova em 1.000 metros, grama, onde o excepcional Desejado Thunder buscava a 15ª vitória de sua magnífica campanha. Já na última apresentação, Vet Boy, de 3 anos, do Haras Anderson, havia secundado o fenômeno, mostrando evolução constante. E desta vez, entrando em pista com a chancela de Adélcio Menegolo e a categoria de Ilson Correa, o filho de Dodge encarou a “fera” e a derrotou. Criador de excepcionais corredores, o Haras Anderson produziu, entre tantos campeões, velocistas de primeira, tais como Lost Love, Omaggio e Norway Boy. Pelo visto, Vet Boy tem tudo para entrar nesta lista de craques de velocidade. Demérito algum para o fenômeno Desejado Thunder, que continua sendo um dos maiores craques do quilômetro no turfe brasileiro. Sua derrota apenas mostrou a qualidade do potro, que evolui à cada apresentação. O Haras Anderson ainda brilhou na semana vencendo duas provas destinadas à nova geração, no sábado, com as potrancas Arizona Gipsy e Argentine Dodge.

Frases que merecem ser lidas

Neste espaço matungo-cultural, mais uma frase que merece destaque:

A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância." (Dalai Lama)
Rapidinhas

* A vinda do Ricardinho empolgou demais. No entanto, não se pode esquecer que também esteve na Gávea e venceu o excelente Altair Domingos. Nico ganhou um bonito páreo com Confidential Lady.

* Leilões de animais em treinamento em profusão. Bela oportunidade para os pequenos proprietários. A hora é agora, uma vez que depois virão os leilões de potros. Aí é coisa pra gente grande.

* É muito boa a fase de Marcelo Cardoso, jóquei de categoria. Dono de uma tranquilidade digna de um monge do Tibete, o filho de “seu” Oracy não segurou e comemorou a vitória de Old Tune. Também não era para menos. Ainda venceu outras carreiras na semana. É um grande jóquei.

* Voltando a brilhar na Gávea o Stud Turfe e Paixão, de Guilherme Genzine. Capitão Olímpico não deu confiança aos adversários na segunda-feira. Vitória mais que merecida pra quem é apaixonado pelo turfe.

* Três vitórias no melhor estilo Dalto Duarte na segunda-feira: Olympic Pantanal, do Haras Regina, Êche, do Haras The Best e Blue Phone, do Stud Amigos da Barra. Direções precisas, com rigor e técnica.

* Neste sábado a segunda etapa da Copa de Amadores, com campo cheio e novidades. O embate mais esperado é entre Bruno Beloch, o melhor largador da categoria e o estreante Chico Chagas, ele mesmo, do Chico & Alaide. Vamos conferir.

* No fim de semana eleição para a Associação de Profissionais do Turfe. Jayme Aragão, atual presidente tenta a reeleição enfrentando Renan Alves Marques.

* No Fla-Flu de reservas o rubro-negro levou a melhor por 2 a 0. Teve até gol de ex-jogador. Um espetáculo. O incrível é que, quando perdem, os tricolores ficam mudos. Mas adoram zoar os outros. Deixa quieto.


O MATUNGÃO VIBROU

Uma das atrações de sábado no Hipódromo Brasileiro foi a disputa da Prova Especial Formastérus, etapa inicial da Taça Quati. Carreira no estilo maratona, foi corrida em 2.800 metros, em pista de grama macia e teve um final empolgante. Uma “briga” sensacional entre Olympic Leader e Decrire durante boa parte da reta final, com vitória do primeiro, conduzido com rigor por Vagner Borges. Mas o que me fez vibrar não foi apenas esta bela disputa, mas sim o conjunto da obra deste menino gaúcho que lidera a estatística e foi homenageado no domingo pelo Jockey Club Brasileiro. A razão da homenagem foi seu recorde como aprendiz da escolinha do clube, com 400 vitórias. E ainda por cima venceu o páreo em sua homenagem derrotando, nada mais, na menos que Jorge Ricardo, Com boa técnica, humildade e um grande agente (Paulo Gama), o menino segue na liderança da estatística. Quando aconteceu o fenômeno Henderson Fernandes, ninguém acreditava que em tão pouco espaço de tempo surgiria outro menino capaz de empolgar o público e a mídia. Pelo visto, Vagner Borges já está galgando esta posição.


O MATUNGÃO CONCLUIU

As atrações de domingo foram tantas que deixamos este espaço para comentar a categórica vitória de Conclusivo no Clássico Barão e Baronesa Von Leithner, em 1.600 metros, grama macia, uma das atrações de sábado, na Gávea. Reaparecendo em ótima forma, preparado por Roberto Solanés no centro de treinamento Verde e Preto, o defensor do Haras Regina não tomou conhecimento dos adversários. Em mais uma direção segura de Dalto Duarte, o filho de Néleo acompanhou de perto o train movido por Laco-Paco e dominou a prova com autoridade, resistindo ao arremate forte de Fast Feet. Com esta corrida, o excelente corredor fica no ponto para disputar o GP Presidente da República, a milha da semana do GP São Paulo. Parabéns a Sérgio Coutinho Nogueira, titular do Haras Regina, por mais esta conquista clássica...Chega!

As fotos que contam do blog são de autoria de Gerson Martins, Davi Oliveira e colhidas na internet.

terça-feira, 6 de março de 2012

Hunka Hunka e Dalto Duarte


Provam que o “Vale é Doce”

O tradicional GP Presidente Arthur da Costa e Silva, do Grupo III, em 2.000 metros, grama macia, foi o destaque da corrida do último domingo no Hipódromo da Gávea. Sem correr desde agosto, quando finalizou em segundo lugar no “Brasil das Éguas”, a castanha Hunka Hunka defendeu o favoritismo nas apostas. Colocada em pista com toda a maestria de Neném Nahid, a filha de Wild Event e Uff-Uff também contou com primorosa direção de Dalto Duarte. A experiência do jóquei foi fundamental para o sucesso da excelente corredora. Dalto a manteve entre as últimas e esperou o momento certo de fazer correr. Dominou a prova sem luta e nunca foi ameaçada. Econash, em grande forma, formou a dupla, enquanto o veloz e resistente Godsmustbecrazy, Top Point e Um Craque completaram o marcador. Na foto da vitória o criador e proprietário Alfredo Grumser, titular do Haras Doce Vale. No pódio, aumentou a galeria de troféus de seus consagrados corredores. Com uma cerca móvel de 12 metros, Hunka Hunka assinalou o tempo de 123s02. Esta foi sua quarta vitória (terceira clássica) em 11 apresentações.

Nova geração e os primeiros líderes

As principais atrações da corrida do último sábado, na Gávea, foram duas carreiras importantes destinadas à nova geração, ambas em 1.300 metros, em pista de grama macia. Primeiro foi disputado o Clássico José Calmon, para os potros, com vitória firme e convincente de Tap Is Back, com Vagner Borges. O defensor do Stud Alvarenga, treinado por Dulcino Guignoni, não tomou conhecimento dos adversários e manteve-se invicto em duas apresentações. O argentino filho de Put It Back e Tap, criado pelo Haras Santa Maria de Araras, assinalou o tempo de 78s25. O “paulista” Beto Boss formou a dupla. Pouco depois foi disputado o Clássico Luiz Alves de Almeida, para potrancas, que marcou a vitória, até certo ponto surpreendente (pelo rateio), de Hot, que literalmente largou e acabou sem dar trabalho a Henderson Fernandes. Filha de Tiger Heart e Oracle Toss, criada pelo Haras Tessarolo, a defensora do Stud Palurape foi apresentada por Bruno Ulloa e assinalou 79s26. A favorita Vai Vai, que fez manhas no percurso, finalizou na segunda colocação. Pelo menos por enquanto, a nova geração carioca já tem os primeiros líderes.

Domingo tem Tríplice Coroa e Ricardinho

O Hipódromo da Gávea terá uma programação de gala no próximo domingo quando serão disputadas duas provas do Grupo I, ambas em 2.000 metros, grama, dando prosseguimento à disputa pela Tríplice Coroa. Além das carreiras importantes, a presença de Jorge Ricardo. No GP Estado do Rio de Janeiro, 14 competidores inscritos e Plenty of Kicks, candidato ao título largará por fora de todos. No GP Diana foram confirmadas 18 potrancas, sendo duas suplentes, uma vez que apenas 16 poderão competir. Old Tune, vencedora da primeira etapa, largará da baliza 11. Ricardinho, nesta prova, conduzirá Desejo Infinito, do turfe paulista, treinada pelo excelente Olavo Jerônimo. Portanto, lugar de turfista domingo é na Gávea. É sempre bom rever Ricardo, agora muito perto de recuperar a liderança do turfe mundial, além de provas de tamanha categoria.

Frases que merecem ser lidas

Neste espaço matungo-cultural, mais uma frase que merece destaque:

Dou valor as coisas, não pelo que valem, mas por aquilo que significam" (Gabriel Garcia Marques)

Rapidinhas

* Estão impressionando as performances do garoto Anderson Paiva. Sabe correr bem na frente e também para uma atropelada. Mais um para o bom time de aprendizes da Gávea.

* Dois proprietários caminhando em direção à conquista da estatística de proprietários. No Rio o Stud Amigos da Barra, do Mauro e do Bruno. E em São Paulo o Stud Nova República, de Cláudio Miragaia Perri.

* O Stud Sai Tirando, do amigo Fernando Rezende reforçando o plantel. No último leilão de treinamento em São Paulo adquiriu o alazão Olympic Million. Boa sorte e muitas vitórias, pois “seu” Rezende merece.

* É impressionante o índice de aproveitamento do treinador Jairo Borges. O ganhador do GP Brasil com Thignon Boy, treinando na Gávea, é o quinto colocado na estatística, atrás apenas de Dulcino Guignoni, Júlio Cezar Sampaio, Venâncio Nahid e Cosme Morgado Neto.

* Carlos Henrique continua brilhando na Índia e colecionando vitórias. Mais que merecido para este jovem que teve a coragem de encarar o desconhecido e, com talento e disposição, vai conquistando seu espaço. Sigo torcendo.

* Existem coisas que o dinheiro não compra. Posso não ter um milhão de amigos mas, os que tenho, são os melhores que alguém poderia ter.

* Aniversariou na última semana o grande Roberto Casella. Ao amigo, muita saúde e que continue por muitos e muitos anos nos brindando com suas brilhantes narrações. Vamos em frente.

* No Hospital de Regatas Flamengo a coisa anda braba. Qualquer dia vai perder por WO, totalmente por falta de jogadores. Sai prá lá inhaca.


O MATUNGÃO VIBROU

Este tópico hoje será bem maior e por esta razão será único neste espaço. Vamos lá. Em 2001, procedente de Carazinho, ingressou na Escola de Aprendizes uma menina franzina e que tinha como referência, apenas o fato de ser irmã de Acedenir Gulart. Na verdade, apesar da experiência com cavalos, no Sul, sempre existia aquela desconfiança. É sempre assim. Mas, a menina Josiane mostrou que chegou para ficar, para ocupar seu espaço e fazer a diferença. Rapidamente começou a mostrar talento e vencer corridas. Resumindo, foi recordista de vitórias (131) e encantou a todos. Foi a primeira mulher a montar no GP Brasil. Em 2005 se transferiu para Cidade Jardim, uma vez que ao conseguir a matrícula de joqueta as oportunidades diminuíram na Gávea. Talvez tenha sido a decisão mais certa. Mesmo em um turfe onde outras mulheres já brilhavam, Josiane foi conquistando a confiança de treinadores e proprietários. A vida de casada não afetou o trabalho, pelo contrário, uma vez que Marcelo Gonçalves foi sempre um incentivador. Dito isto, gostaria de destacar o momento fantástico desta mulher menina, que com seu talento vive, talvez, a melhor fase da carreira. A direção dada no cavalo Grapette Repete, sábado passado no GP Piratininga, foi de uma maturidade inquestionável. Para Josiane, que conheci ainda menina, desejo todo sucesso do mundo. Hoje, além de “enfrentar” os homens, compete com um time talentoso de mulheres, como Aderlândia Alves, Jacqueline Cabral e Jeane Alves.
Bom, era isso o que gostaria de colocar neste Matungão Vibrou...Chega!

As fotos que constam do blog são de autoria de Gerson Martins, Davi Oliveira, Flávio Barbosa Neto e colhidas na internet.